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ALIMENTAÇÃO

 

O maior risco de exposição ao ácido domóico para os seres humanos e animais marinhos advém da ingestão de organismos provenientes do mar, tais como crustáceos e peixes ósseos. Os seres vivos que ocupam o fundo dos oceanos e lagos devido à possibilidade de acumularem ácido domóico podem, por outro lado, atuar como vetores  desta toxina nas cadeias alimentares, não devendo ser descurados.

Figura 5. Organismos marinhos mais procurados pelo consumidor: lulas, vieiras, mexilhões e lingueirões.

Em termos de riscos para a saúde humana, espécies como lulas, vieiras, mexilhões e lingueirões são aquelas que requerem maior preocupação devido à sua grande procura pelo consumidor (figura 5). No entanto, muitos outros organismos marinhos podem estar contaminados com esta toxina, sendo de realçar ainda a sardinha que é um produto muito amplamente consumido em Portugal (tabela 1).

Tabela 1. Resumo dos pássaros, animais marinhos e peixes ósseos que adquiriram ácido domóico por uma via de exposição natural. [2]

TIPOS DE EXPOSIÇÃO AO ÁCIDO DOMÓICO

Espécies como os mexilhões, caranguejos e anchovas apresentam taxas de depuração do ácido domóico relativamente rápidas, pelo que os níveis desta toxina baixam para valores indetetáveis cerca de uma semana após a exposição. Por outro lado, vieiras e lingueirões apresentam taxas de eliminação mais baixas. Além disso, nestes últimos foi encontrado ácido domóico em todos os tecidos, ao contrário da maioria das espécies em que a toxina fica confinada às vísceras dos peixes e moluscos.

 

Neste sentido, a enorme variação na taxa de distribuição e depuração do ácido domóico no tecido de espécies comercialmente importantes exige estudos específicos para cada espécie antes de serem implementados programas regulamentares. Assim, uma compreensão da distribuição da toxina no tecido específico de cada espécie bem como das taxas de fixação e depuração é fundamental para proteger a saúde humana. [2]

 

Por outro lado, é pertinente referir que os estudos sobre a genotoxicidade do ácido domóico são inconclusivos e também não há informação disponível sobre os efeitos da exposição crónica a esta neurotoxina. [3]

[2] Lefebvre, K. A. & Robertson, A. (2010). Domoic acid and human exposure risks: A review. Toxicon, 56, 218-230.

 

[3] Scientific Opinion of the Panel on Contaminants in the Food Chain on a request from the European Commission on marine biotoxins in shellfish – domoic acid. The EFSA Journal (2009) 1181, 1-61.

CURIOSIDADE

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto 
Morada: Rua de Jorge Viterbo Ferreira n.º 228, 4050-313 PORTO 

PORTUGAL

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