ÁCIDO DOMÓICO


COMUNICAÇÃO DE RISCO

Os sintomas clínicos de intoxicação por ácido domóico em humanos incluem alteração intestinal, desorientação, confusão, convulsões, perda de memória de curto prazo e em casos mais graves pode conduzir à morte.
É importante referir que as doses de ácido domóico necessárias para provocar sinais clínicos de intoxicação nas várias espécies de vertebrados são diferentes, pois a suscetibilidade a esta toxina varia significativamente entre espécies (ver tabela 2). Para além disso, a análise da tabela apresentada permite deduzir que para os humanos a dose mínima para produzir sintomas gastrointestinais ligeiros é de 0.9 mg/kg, ao passo que efeitos severos e irreversíveis ocorrem quando se atingem níveis de cerca de 4 mg/kg. [2]
SINTOMAS DE INTOXICAÇÃO
É essencial avaliar diferenças, relativamente ao sexo, na resposta a neurotoxinas de modo a estar consciente do risco associado a Homens e Mulheres e assim, proteger melhor os humanos de intoxicações com tais toxinas. Pensa-se que os efeitos tóxicos do àcido domóico sejam mais severos nos Homens do que nas Mulheres, no entanto não se conhece com clareza a influência do sexo nesta toxicidade. Por outro lado, estudos com animais sujeitos a esta toxina marinha, indicam mudanças comportamentais mais rápidas nos ratos fêmea.
De notar que são os Homens que apresentam maior probabildade de ter perda de memória e requerer hospitalização. [5]

INCERTEZAS, DÚVIDAS E CONTROVÉRSIAS
Cada vez mais a sociedade atual recorre ao consumo de marisco e outros produtos do mar assim como estimula a atividade de aquacultura, disponibilizando à população uma dieta rica em alimentos potencialmente vetores do àcido domóico, constituindo assim uma maior ameaça à saúde pública. [2]

IMPORTÂNCIA ECONÓMICO-SOCIAL

[2] Lefebvre, K. A. & Robertson, A. (2010). Domoic acid and human exposure risks: A review. Toxicon, 56, 218-230.
[3] Scientific Opinion of the Panel on Contaminants in the Food Chain on a request from the European Commission on marine biotoxins in shellfish – domoic acid. The EFSA Journal (2009) 1181, 1-61.
[5] Baron, A. W., Rushton, S. P., Rens, N., Morris, C.M., Blain, P.G. & Judge, S.J. (2013). Sex differences in effects of low level domoic acid exposure. Neurotoxicology, 34, 1-8.
TOXICOCINÉTICA
O ácido domóico, após administração oral, revela baixa absorção sistémica, sendo que a pequena quantidade absorvida é rapidamente eliminada do organismo através da urina. Contudo, um comprometimento da função renal aumenta a suscetibilidade a esta neurotoxina.
Caso não se verifique falência renal, a baixa absorção do ácido domóico e a sua rápida depuração traduzem-se numa bioacumulação marginal mínima desta substância nos mamíferos. [3]

Tabela 2. Sinais clínicos de toxicidade associados à exposição oral ao ácido domóico em múltiplas espécies de vertebrados. [2]